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terça-feira, 22 de março de 2022

Covid: três pontos em que a vacinação precisa avançar no Brasil

 

Vacina contra Covid-19Rafaela Felicciano/Metrópoles

Um ano e dois meses após o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, o país está hoje com cerca de 73% da população totalmente imunizada contra o coronavírus, taxa que o coloca entre as nações do mundo com melhores índices de adesão à vacina.

No entanto, ao detalhar o desempenho do Programa Nacional de Imunização (PNI), é possível perceber que há lacunas importantes a serem preenchidas para criar a barreira de proteção que impeça a circulação do Sars-CoV-2. A realidade das diferentes regiões do país é bastante desigual e há brechas de cobertura vacinal entre as diferentes faixas etárias.

No início da pandemia, acreditava-se que imunizar 70% da população seria o suficiente para frear a transmissão do coronavírus. Estudos mais recentes, com dados sobre as características das variantes em circulação, elevaram esse patamar para 90%, aumentando o desafio das campanhas de vacinação.

Desigualdade entre estados

Na avaliação do pesquisador do Observatório Covid-19 Fiocruz Raphael Guimarães, a vacinação contra Covid-19 escancarou as desigualdades entre estados e municípios.

São Paulo tem mais de 83% da população com o esquema primário de imunização completo – com as duas doses – os estados do Norte do país caminham com taxas aquém do ideal. No Amapá, apenas 45,5% da população recebeu as duas doses. Índices parecidos são verificados em Roraima (47,7%), Acre (56%), no Amazonas (58,6%), Tocantins (58,8%) e em Rondônia (59,2%).

"Temos muitos Brasis dentro do nosso país. Enfrentamos dificuldades de todas as ordens, incluindo as de logística”, afirma Guimarães".

As características geográficas limitam a expansão da cobertura em comunidades mais remotas, de difícil acesso. O Amazonas, por exemplo, tem uma parcela razoável de pessoas vivendo em comunidades ribeirinhas, onde o sistema de saúde não consegue chegar com facilidade.

Também há localidades sem estrutura para armazenar as doses e fazer a distribuição delas adequadamente. “É uma questão crônica. A gente sabe que os estados e municípios têm autonomia, mas é preciso ter uma coordenação nacional”, afirma o pesquisador da Fiocruz.

Procura por doses de reforço

A dose de reforço, considerada essencial para aumentar a proteção contra a variante Ômicron, foi incluída no calendário vacinal em setembro de 2021, sendo ofertada, em um primeiro momento, apenas aos idosos e imunossuprimidos.

Atualmente, todos os adultos e adolescentes com problemas no sistema imunológico estão elegíveis para receber a terceira dose dos imunizantes. No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, mais de 59 milhões de brasileiros ainda não foram aos postos de saúde para o booster.

O levantamento do Executivo foi divulgado na sexta-feira (18/3) e identificou os cinco estados nos quais a situação é pior: São Paulo (15,7 milhões), Minas Gerais (5,3 milhões), Rio de Janeiro (4,9 milhões), Bahia (3,6 milhões) e Paraná (3 milhões).

Uma outra pesquisa, esta feita pela Fiocruz, mostrou que, apesar de a aplicação da dose de reforço seguir em ritmo crescente, nenhum grupo etário alcançou o patamar de 80% de vacinados.

"Nós estamos falando sobre a quarta dose, mas só 30% da população tomou a terceira. Temos que ir atrás dessas pessoas. É óbvio que eu gostaria que a gente fortalecesse a cobertura vacinal, mas eu preciso que todos recebam a terceira dose antes”, avalia o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, fundador e ex-presidente da Anvisa.

Vacinação de crianças

As crianças de 5 a 11 anos foram o último grupo a ser incluído no cronograma de vacinação. Elas representam 10% da população brasileira e são apontadas como peças-chave para levar o país à imunização coletiva.





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