Foto: Reprodução/ redes sociais
Três policiais civis que participaram da operação que terminou com a morte de João Pedro Matos, 14, na última segunda (18), em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, foram afastados temporariamente do serviço nas ruas.
A Corregedoria Geral da corporação informou que eles continuam na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), grupo que auxiliou a Polícia Federal na incursão no Complexo do Salgueiro, mas exercendo atividades administrativas.
Nesta sexta (22), a Delegacia de Homicídios da região identificou que a arma que disparou em João Pedro tinha calibre 5,66 mm, o que indica que o tiro saiu de um fuzil e que pode ter partido de policiais, porque esse é o mesmo calibre usado pela Polícia Civil.
Os investigadores informaram que já ouviram os agentes que participaram da ação, os pilotos do helicóptero que socorreram o menino e mais duas testemunhas. Foram solicitadas ainda informações à PF sobre o planejamento e os objetivos da operação, que visava cumprir dois mandados de busca e apreensão contra líderes do tráfico.
Para a próxima semana, estão previstos os depoimentos do bombeiro socorrista que declarou o óbito de João Pedro, de outros policiais envolvidos e dos familiares da vítima, além de outras pessoas.
Segundo a Polícia Civil, os agentes estão analisando os laudos de necropsia do corpo e de perícia do local da morte. Pessoas que estiveram na casa no dia seguinte da ocorrência contaram cerca de 70 marcas de tiro espalhados por paredes, uma janela e a TV.
Os investigadores também aguardam o resultado do confronto balístico, que vai comparar o projétil com as armas dos policiais -dois fuzis de calibre 7,62 mm e um fuzil de 5,56 mm. A família diz que os celulares de três das seis crianças e adolescentes que estavam na residência durante a confusão sumiram, incluindo o de João. A polícia, porém, só confirmou a apreensão de dois aparelhos e afirmou que eles vão passar por perícia.
Uma reprodução simulada está prevista para ser realizada após a conclusão dos depoimentos e laudos periciais, ainda sem data marcada. Ela deve ser acompanhada pelo núcleo de direitos humanos da Defensoria Pública, que está assistindo a família, e pelo Ministério Público.
"A investigação caminha, e a gente acredita que num período curto de tempo a gente consiga chegar a uma solução para o caso", afirmou nesta sexta Allan Duarte, delegado e titular da Divisão de Homicídios.
As corregedorias da Polícia Civil e da Polícia Federal também instauraram sindicâncias administrativas para apurar paralelamente a conduta dos agentes envolvidos na operação.
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