Foto: Divulgação / Botafogo-PB
O goleiro Felipe cobrou punições mais severas em casos de racismo no futebol. Atualmente no Botafogo-PB, o jogador, de 36 anos, comentou o assunto e citou o caso sofrido quando atuava no Vitória, onde foi revelado.
"É um assunto complicado. A gente sabe que dificilmente é um assunto que vai ter fim, até porque as punições que a gente tem hoje são leves. Você vê casos de câmeras pegando torcedores imitando macacos ou falando outras ofensas e o máximo que toma é uma puniçãozinha leve. Passei por isso no início da minha carreira, foi um momento muito complicado. Salvador (BA), onde 70% da população é afro, você viver isso na pele é complicado", afirmou em entrevista ao programa Sportscenter da ESPN Brasil.
Em setembro de 2005, o Vitória acabou sendo rebaixado à Série C do Brasileiro ao empatar com a Portuguesa. Após a partida, Felipe prestou queixa de racismo e difamação contra o presidente da época Paulo Carneiro, que também comanda o clube atualmente. Ele acusou o dirigente de tê-lo chamado de "negro safado", "preto vagabundo" e "vendido" no vestiário logo depois do apito final. Em seguida, ele foi emprestado ao São Caetano.
Porém o racismo continuou perseguindo Felipe. Além do ocorrido no Rubro-Negro baiano, ele também recordou da passagem pelo Kisvárdia, da Hungria, entre os anos de 2018 e 2019. O goleiro revelou que chegou a se acostumar com os insultos, que se tornaram rotineiros durante grande parte dos jogos.
"Na Hungria, eu vivia isso em praticamente todos os jogos, só não vivia isso quando jogava em casa, quando não tinha torcida rival. Com o tempo, você meio que acaba se acostumando com isso. Para isso, definitivamente, acabar, tem que ter punição pesada. A partir do momento que você tiver uma punição pesada ou para a pessoa que fez ou para o clube aí eu creio que é o primeiro passo para a gente tentar eliminar o racismo do futebol", completou.
Após deixar o futebol Húngaro, Felipe acertou com o Botafogo-PB em janeiro deste ano.
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