
A cinco dias de expirar o prazo estabelecido pelas cúpulas do PT e do PSB para o fechamento dos acordos para as chapas estaduais, dirigentes dos dois partidos já não nutrem esperanças de resolver os impasses.
Os mesmos nós que existiam no início do mês, quando o prazo do dia 15 de junho foi estabelecido pelas direções das duas legendas, permanecem atados, ou seja, longe de um desfecho que possa colocar petistas e socialistas unidos em chapas estaduais. São essas mesmas amarrações que inviabilizaram, no início do ano, a formação de uma federação entre os dois partidos.
Diante disso, lideranças das duas legendas, juntas na chapa nacional formada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), não mais acreditam na possibilidade de firmar acordos até a próxima quarta-feira (15).
O prazo foi combinado em uma reunião entre a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e o presidente do PSB, Carlos Siqueira, segundo o Metrópoles.
O presidente do partido deixou claro ao gaúcho que, se ele insistir na aliança, estará infringindo uma decisão nacional da legenda de se aliar a quem tivesse mais chances de derrotar o bolsonarismo, ou seja, o PT de Lula.
O acordo com Beto foi incentivado por Ciro, que sonhava com um palanque forte no estado. A ideia era o PSB lançar Beto Albuquerque como cabeça de chapa, e o PDT retirar o nome de seu pré-candidato no estado, o ex-deputado Vieira da Cunha, que passaria a ser candidato a vice.
Beto, por sua vez, continua irredutível na imposição de seu nome como candidato ao Palácio do Piratini, sede do governo local.
O pacto para resolver as alianças até o dia 15 de junho foi feito no dia 31 de maio, véspera do dia em que Lula e Alckmin viajaram ao estado para uma série de agendas políticas. Entretanto, o prazo – definido com o intuito de se contrapor ao clima de tensão que rondava a viagem – não foi suficiente para evitar constrangimentos.
Beto Albuquerque não compareceu aos eventos da chapa. Um dia antes da viagem, ele chegou a receber uma ligação de Gleisi que o questionava “se estava tudo certo para participar dos eventos”. O político respondeu que não havia sido convidado e que, portanto, não compareceria.
Lula, de acordo com membros do partido, nos bastidores, deu uma dura na direção do partido no estado e completou com um apelo público por diálogo e união de forças: “Tomem um aperitivo e achem uma solução”. Desde então, segundo membros do PT no estado, nada foi conversado.
Edegar Pretto segue com sua agenda de pré-candidato, e o PT no estado marcou convenção para o dia 24 de julho a fim de definir o seu nome na corrida eleitoral. Na próxima quarta-feira, Pretto inaugura uma série de “assembleias populares”, com vários setores, para formar o seu programa de governo. A estratégia, portanto, consiste em chegar à convenção com o texto pronto.
O que se sabe, até o momento, é que pelo menos até o dia 20 de junho a questão eleitoral do Rio Grande do Sul ainda não será resolvida. Uma reunião do comitê eleitoral do PSB está marcada para a data, e espera-se, no partido, que esse encontro sirva para uma decisão.
A expectativa é que o tucano lance o seu nome na próxima segunda-feira (13), em uma aliança com o MDB. A costura obedece ao acordo firmado no plano nacional de apoio dos tucanos à candidatura da senadora Simone Tebet.
Além de se apresentar como preferido nas pesquisas realizadas até o momento, Leite já está viajando o estado, com agenda de candidato.
No plano nacional, no entanto, as duas legendas ainda consideram que, caso haja uma desistência de França em São Paulo, o PT pode retribuir no Rio Grande do Sul, com a desistência de Pretto. Mas essa costura não caminhou nos últimos dias.
Casagrande havia apostado no antipetismo, que foi forte no estado, e se surpreendeu com pesquisas locais que apontaram Lula na frente do ex-presidente Jair Bolsonaro. A partir da constatação desse cenário, o atual governador, que já havia recebido no estado o ex-juiz Sergio Moro e flertava com a chamada terceira via, passou a chamar petistas para seu palanque.
O problema é que Casagrande impôs ao PT uma nova condição: dar o apoio a seu nome, mas sem ter lugar na chapa majoritária, ou seja, sem o direito de disputar como vice ou como candidato ao Senado. A exigência tem emperrado a conversa com a legenda de Lula, em mais um caso que não deverá ser resolvido até o dia 15 de junho.
Pernambuco foi o único estado onde PT e PSB conseguiram entrar em acordo, isso antes da desistência da federação por parte das duas legendas. No caso pernambucano, o senador Humberto Costa (PT) abriu mão de se candidatar ao governo, e o PSB lançou o nome do deputado Danilo Cabral ao governo do estado. O PT ficou com a vaga de vice, com Teresa Leitão.
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