Rômulo Lessa, um dos donos da empresa de transporte Saritur, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (29) na sede da Polícia Federal (PF), em Belo Horizonte. Segundo reportagem publicada pela revista Piauí na última quarta-feira (24), ele teria promovido uma vacinação clandestina de empresários e políticos dentro de uma das garagens da companhia.
Robson Lessa, também dono da Saritur, acompanhou o irmão. O depoimento durou três horas e meia. Rômulo e Robson saíram sem falar com a imprensa.
Uma postagem em uma rede social faz parte da investigação. A filha de um funcionário da Saritur publicou: "Acordei com a notícia de que eu vou ser imunizada".
A mensagem e a conta foram apagadas na sexta-feira (26), mas a TV Globo conseguiu o contato do pai dela. Ao ser perguntado se houve vacinação e se ele mesmo foi imunizado, o homem desligou o telefone.
Segundo a revista Piauí, a aplicação das doses foi organizada pelos donos da Saritur: Rômulo e Robson Lessa.
Entre os vacinados, de acordo com a revista, estão empresários do ramo do transporte e até políticos que pagaram R$ 600 pelas doses.
Um vídeo mostra uma pessoa com jaleco branco, retirando algo do porta-malas e fazendo um movimento parecido com a aplicação de vacina. Uma outra, em pé, também parece ser vacinada.
“Tinham mais de 20 carros dentro da garagem. Eu como profissional de saúde, eu sei como é feita uma vacinação”, disse uma testemunha."
Os empresários Rubens e Robson Lessa negam.
Na sexta-feira, durante operação, a PF foi à garagem em busca de pistas. No local, funciona a empresa Coordenadas, que pertence à família Lessa, também dona da Saritur.
Uma fonte ligada à investigação disse que os agentes apreenderam um celular que tinha mensagens combinando a vacinação. A Justiça Federal determinou a quebra do sigilo dos equipamentos eletrônicos.
Na garagem da empresa em Belo Horizonte, a PF encontrou também uma lista com 57 nomes e quer saber se a relação é das pessoas que foram vacinadas. A investigação ouviu informalmente os empresários e está em busca de outras informações. Eles trabalham com três linhas de investigação.
Fonte: G1
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