Em Pantanal, Irma (Camila Morgado) está grávida de Trindade (Gabriel Sater), o peão que tem pacto com cramulhão. A criança que ela espera virá com traços do demônio. Anos antes de a novela ser escrita por Benedito Ruy Barbosa, em 1990, a história de um bebê-diabo assombrou moradores da região metropolitana de São Paulo. Em 11 de maio de 1975, o jornal impresso Notícias Populares, que pertencia ao grupo Folha de S.Paulo e tinha como característica o sensacionalismo, estampou na capa a seguinte manchete: "Nasceu o diabo em São Paulo".
A publicação foi a única a falar sobre o caso e, segundo o NP, a criatura tinha características sobrenaturais e havia vindo ao mundo em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. A reportagem adotou um tom de mistério e terror ao tratar sobre o tema.
De acordo com o texto, o bebê-diabo já tinha nascido falando e ameaçando a própria mãe de morte. "O bebezinho tem o corpo totalmente cheio de pelos, dois chifres pontiagudos e um rabo de aproximadamente cinco centímetros, além de olhar feroz, que causa medos e arrepios", relatou a publicação.
Após a primeira publicação, o Notícias Populares passou a fazer uma série de reportagens, com textos diários sobre o bebê-diabo. Foram 27 diferentes capas sobre a criança encapetada. O conteúdo alavancou a venda do jornal entre entre maio e junho de 1975. Com tiragem média de 70 mil exemplares, o periódico chegou a vender mais de 150 mil cópias por dia nesse período.
Os relatos traziam depoimentos de pessoas que viram o pequeno cramulhão soltando fogo pela boca, pedindo sangue, falas de enfermeiras que tinham feito o parto, padres sendo infernizados na região e histórias que não paravam de chegar.
Fonte: Notícias da TV
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