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sexta-feira, 6 de maio de 2022

Desmatamento em abril bate novo recorde e chega a 1.013 km²

 



Os  alertas de desmatamento registrados na Amazônia no mês de abril — entre os dias 1º e 29 de abril — alcançaram um total de 1.013 km². Segundo dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (6/5), houve alta de 74,6%, em comparação ao mesmo mês de 2021.

Pelo quarto mês consecutivo, os alertas de desmatamento seguem concentrados nos estados do Amazonas (34,2%), Pará (28,3%) e Mato Grosso (23,8%). Segundo o órgão, nos três primeiros meses do ano, a região bateu o recorde de 941,3 km² desmatados.

A destruição de florestas na Amazônia alcançou um novo e alarmante patamar durante o governo Bolsonaro. O desmatamento no bioma aumentou 56,6% entre agosto de 2018 e julho de 2021, em comparação ao mesmo período de 2016 a 2018

Em abril do ano passado, o número era um recorde. Isso porque os quatro primeiros meses do ano são de chuva na Amazônia, o que dificulta a atuação de atividade ilegal.

Em abril de 2021, o órgão de pesquisa registrou 581km² desmatados, ou seja, aumento de 43% em relação ao mesmo mês em 2020.

Veja os aumentos consecutivos nos índices de desmatamento para o mês de abril, desde o começo da série histórica, em 2016:

Registros de desmatamento nos últimos meses de abril, desde 2016

Para o coordenador de Amazônia do Greenpeace Brasil, André Freitas, a “fragilização dos órgãos de fiscalização ambiental” é um dos fatores responsáveis pela alta.

“É um projeto perverso que tem como um dos principais resultados a prescrição de crimes ambientais sem que os criminosos sejam punidos. Com a certeza da impunidade, o que já está ruim tende a piorar caso projetos de leis que visam legalizar a grilagem de terras, flexibilizar o licenciamento ambiental e abrir Terras Indígenas para mineração sejam aprovados na Câmara e no Senado”, destaca Freitas.

“É preciso de uma vez por todas frear este mecanismo que vem sucateando os órgãos públicos e investir em fiscalização ambiental se quisermos realmente manter a maior floresta tropical do mundo em pé”, sugere o respresentante do Greenpeace Brasil.

O Observatório do Clima também se manifestou sobre o recorde registrado no mês de abril:

#sextou para grileiros, madeireiros ilegais e assassinos de índios com o recorde absoluto de alertas de desmatamento para abril: 1.012 km2, 165% a mais que a média para o mês. É a primeira vez na série que os alertas nesse mês, que ainda é de chuva, ultrapassam 1.000 km2. pic.twitter.com/5uXAxa1yPq

— Observatório do Clima (@obsclima) May 6, 2022



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