São Paulo – Em 22 de maio, termina o estado de emergência em saúde pública da Covid-19 no país. Com isso, o setor de clínicas privadas já se prepara para disponibilizar vacinas contra a doença.
A estratégia deve ser, em um primeiro momento, focar em ampliar o acesso à quarta dose, considerando que atualmente essa aplicação no Sistema Único de Saúde (SUS) está restrita a idosos e imunossuprimidos.
Geraldo Barbosa, presidente da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVac), explica que a disponibilização de antígenos da Covid-19 pelo setor privado vai funcionar de forma semelhante à vacinação da gripe, em que as clínicas particulares oferecem os imunizantes de maneira complementar, justamente nos grupos não abrangidos pelo setor público.
Hoje, na vacinação da gripe, o mercado entra como um complemento àquilo que é oferecido no setor público. Em algum momento, com a vacina da Covid, vai acontecer a mesma coisa. Atualmente, nem todo mundo é elegível para a quarta dose, por exemplo. Depois, a vacina da Covid não deve ser mais elegível para todo mundo como é hoje, sem nenhuma restrição, e aí vai haver a migração para o setor privado”, afirma.
única marca que se mostrou disposta até agora a vender para o mercado privado é a AstraZeneca. A vacina oferecida pela companhia será a mesma que foi utilizada no Programa Nacional de Imunização (PNI), porém as doses não virão por intermédio da Fiocruz, e sim da Alemanha.
Em nota, a AstraZeneca informou que possui “negociações avançadas com empresas do setor privado” e disse que “as primeiras doses devem ser entregues às instituições ainda em maio”.
As aplicações devem custar entre R$ 200 e R$ 300, mas o preço e a partir de qual data serão aplicadas vão ser definidos por cada clínica.
Legislação
A aquisição de vacinas da Covid-19 por empresas foi regulamentada pela Lei 14.125/2021, que fixou que o setor privado só poderia comprar os imunizantes se os aplicasse de maneira gratuita e desde que doassem ao menos menos 50% das doses ao SUS.
Com essas condicionantes, na prática, as empresas não se interessaram pela compra. Entretanto, esta lei só perdura enquanto durar o estado de emergência de saúde pública da Covid no Brasil.
Em abril, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga anunciou que, a partir de 22 de maio, a pandemia estaria encerrada no país. Com isso, as empresas poderão comprar doses e aplicá-las mediante cobrança.
As clínicas e a AstraZeneca começaram a negociar ainda em abril. O presidente da ABCVac afirma que já há notícias de clínicas que fecharam a compra de doses, sem citar nomes. Entretanto, acredita que deve haver uma movimentação maior a partir de junho, quando a associação vai realizar um congresso que permitirá uma divulgação mais ampla dessa possibilidade.
Ele explica, porém, que ainda faltam diretrizes mais exatas de como as clínicas deverão proceder – o que deve vir após 22 de maio.
“Até esse momento, a gente ainda não sabe como essas doses poderão ser ministradas, mas elas já têm bula. No primeiro momento, serão ministradas conforme bula e indicação médica, mas, provavelmente, a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) e outros órgãos devem soltar alguma orientação”, diz.
Informações do Portal Metrópoles
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