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sábado, 7 de novembro de 2020

Coronavírus pautará agenda econômica no pós-eleição nos EUA

 

Foto: Reprodução / G1

Segundo os economistas do UBS, se os democratas tivessem uma vitória acachapante, a recessão mundial deste ano seria seguida por um crescimento de 6,2% em 2021, embalado pelo estímulo fiscal prometido por Biden.

Uma vitória apertada do democrata e a provável derrota de seu partido no Senado devem levar, no entanto, a uma recuperação mais fraca no próximo ano, com expansão de 5,3%, prevê o UBS. Esse cenário é próximo ao previsto pelo banco suíço caso Trump vença (alta de 5,1% do PIB).

Embora os candidatos tenham apresentado propostas bem diferentes, os economistas dizem que, a retomada seria limitada com Trump por causa da provável escalada das tensões no comércio global. Com Biden mais fraco do que o esperado, o caminho para o estímulo fiscal que ele prometeu se torna mais difícil. O resultado é um efeito econômico semelhante no curto prazo sob os dois cenários.

Mesmo em relação ao comércio global, uma vitória de Biden talvez não alivie tanto o estresse criado nos últimos anos por Trump com a China.

Segundo especialistas, o democrata poderá adotar uma postura menos conflituosa na disputa comercial, mas tende a manter posição dura com o país asiático em relação a temas como meio ambiente e direitos humanos.

Em conversa com jornalistas nesta quarta-feira (4), Joe Lieber, diretor da consultoria Eurasia Group para os EUA, afirmou que, se vencer, Biden deverá sofrer pressões da ala à esquerda do Partido Democrata, mais protecionista, para manter postura anti-China.

Nesse contexto, a pandemia poderá acabar importando muito mais para o destino da economia global do que a troca na Casa Branca.

O UBS prevê que, se uma vacina não for aprovada até o fim deste ano, com possibilidade de ser distribuída em larga escala no início de 2021, as perspectivas econômicas continuarão difíceis para países ricos e em desenvolvimento.

Nesse cenário, medidas de isolamento social continuariam freando o consumo e as incertezas adiariam por mais tempo novos investimentos, limitando o crescimento da economia global em 2021 a 4,8%.

No exercício que prevê um desenvolvimento oposto para a crise sanitária, com a aprovação de uma vacina efetiva no curto prazo, a expansão do PIB mundial poderá chegar a 6,1% no próximo ano.

Segundo Fabio Ramos, economista do UBS no Brasil, o banco também havia traçado cenários diferentes para o Brasil segundo as possibilidades variadas de resultado do pleito presidencial norte-americano e de progresso na busca de uma vacina contra o coronavírus.

Mas ele ressalta que "o potencial negativo se as coisas degringolarem por causa da pandemia é muito maior do que um possível efeito positivo da eleição norte-americana".

O cenário neutro do banco, sem considerar nenhum desses fatores externos, é de um crescimento da economia brasileira próximo a 3% em 2021. Esse resultado subiria para 3,5% na hipótese de ampla vitória democrata. Mas caso o impacto negativo da pandemia no mundo se estenda por mais tempo, a expectativa do UBS é de uma expansão bem menor no Brasil, de apenas 1,8% no ano que vem.

Ainda que uma vitória apertada de Biden não gere crescimento muito diferente do esperado no caso de continuação de Trump na presidência nos próximos dois anos, analistas ressaltam que um governo democrata tende a trazer mais benefícios para a economia global no longo prazo.

O economista Octavio de Barros, sócio-diretor da Quantum4, empresa da área de inovação, acredita que um governo Biden poderá levar a um arrefecimento das tensões geopolíticas que haviam aumentado nos últimos anos e fortalecer novamente uma agenda de multilateralismo. O governo de Trump foi marcado por uma postura de maior isolamento dos EUA.

Barros, que foi economista-chefe do Bradesco, afirma que uma vitória democrata também poderá ter impacto sobre desenvolvimentos políticos em outros países.

"É possível que se inicie um processo de desmonte gradual das democracias iliberais e que se observe um movimento em cascata de perda de prestígio de governos autoritários, sobretudo nos países ocidentais", disse o economista.



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